Ano de Produção: 2005
Diretor: Jason Reitman
Roteirista: Jason Reitman
Atores Principais:
Aaron Eckhart – Nick Naylor
Cameron Bright – Joey Naylor
J.K. Simmons – BR
Maria Bello – Polly Bailey
David Koechner – Bobby Jay Bliss
William H. Macy – Senator Finistirre
Katie Holmes – Heather Holloway
Sam Elliott – Marlboro Man
Robert Duvall – Captain
O filme trata essencialmente de uma questão, a meu ver, pouco discutida ultimamente: a habilidade de argumentação como instrumento de poder. Todo mundo fala do poder da informação, mas do que adianta ter informação privilegiada e não saber como usá-la? Nick Naylor é um expert em transformar simples dados da realidade em argumentos infalíveis. Certo e Errado, Moral e Imoral não têm lugar no seu processo criativo. Afinal, esse talento, como o próprio personagem diz em determinado momento, “paga a hipoteca”.
É a partir daí que vem a graça do filme. Ambientalistas, militantes, o Senador (principal antagonista), todos eventualmente ficam paralisados diante da eloqüência e da absoluta cara-de-pau de Nick, o lobista principal das grandes companhias de cigarro. Uma cena bem ilustrativa é logo a primeira: Nick é convidado a um programa de televisão para debater os males do fumo na população adolescente. Seus adversários são: mães militantes contra o fumo na adolescência, um representante do Senador e, conforme o que diz a plaquinha de identificação a sua frente, “Cancer Boy”, todo frágil e careca. O show começa e a platéia é tão hostil que uma das mulheres cospe em direção a Nick. No final, depois de um discurso brilhante, cuja eficiência deixa o representante do senador sem palavras, Cancer Boy já está apertando sua mão com um largo sorriso e a platéia está aplaudindo, cheia de admiração.
Só que tem um porém. O filho de Nick, Joey. Aparentemente, pai e filho têm uma relação espetacular. Apesar de morar com a mãe e seu padrasto, Joey adora o pai e vice-versa. Ambos fazem o típico do pai e filho no fim de semana e, além disso, Joey freqüentemente acompanha Nick em suas viagens de negócio. No entanto, como resultado dessa convivência e da observação de seu pai em serviço, sua moral está ficando gradativamente mais flexível.
Nick sabe disso, mas somente age nesse sentido depois de sofrer um hilário atentado contra a sua vida. O protagonista finalmente decide dar o exemplo a Joey e inclui um pouquinho do moralmente correto em seus atos. Muitos críticos meteram o pau nesse aspecto do filme, mas admito que não me incomodou muito. Pensando bem, eu concordo com o Nick depois de sua reviravolta. Ele pode muito bem usar seus talentos retóricos em favor de outras organizações menos “assassinas”.
Escolhi usar aspas acima, porque, apesar de considerar as multinacionais do cigarro um apêndice purulento do capitalismo (e as de fast-food também), os maiores responsáveis pelas mortes causadas pelo cigarro de nicotina são, acima de tudo, os usuários. Estamos acostumados demais a retirar a carga de responsabilidade sobre os nossos atos. Quem obriga o fumante a ir à padaria comprar um maço? Propaganda? Será mesmo? Pessoalmente, acho que o cigarro ainda prospera porque, ás vezes, é foda lidar com o livre arbítrio.
P.S.: Àqueles que nunca viram ou que desejam rever o filme, chamo atenção especial aos encontros dos “Mercadores da Morte”. Os três atores dão uma aula de timing cômico.
Menção: O
Link no imdb.
Caramba! Que difícil foi postar um comentário com as configurações de ontem! Nem rolou! Mas agora: muito obrigada, Assistência Técnica Sobreiro Ltda!
ResponderExcluirGente, e o Nicolas Cage fazendo o 'sentiu firmeza, Demacol!' hahaha (piada somente para os brasilienses entenderem) hahaha Eu não consigo me concentrar no post com esse malandro de aplique no cabelo. Isso é sacanagem.
ResponderExcluirEssa foto do Nic é de um filme chamado DEADFALL, pede pro Diego fazer a resenha dele, hahah
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