quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

L.A. CONFIDENTIAL


Director: Curtis Hanson
Year: 1997
Screenwriters: Curtis Hanson and Brian Helgeland

Main Cast:
Russell Crowe – Bud White
Guy Pearce – Ed Exley
Kevin Spacey – Jack Vincennes
Kim Basinger – Lynn Bracken
James Cromwell – Dudley Smith
Danny de Vito – Sid Hudgens
David Strathairn – Pierce Patchett
Ron Rifkin – Ellis Leow

It seems so simple, but boy, we’re talking about the perfect crime script. I haven’t seen his two last pictures – Lucky You and Chasing Mavericks, sadly neither of them premiered in the movies here in Brazil – but, anyway, the question remains: where the hell is Curtis Hanson?  


LA Confidential by Felipe Sobreiro
He is a pretty good director; in fact, he was nominated for an Oscar for L.A. It’s noticeable that he is definitely good with actors.  The entire cast is at the top of their game, mostly the two rising stars from Dingo and Kiwi land: Guy Pearce and Russell Crowe, who, in terms of Hollywood movies, were just beginning. Convincing is the defining word for both performances, Pearce as the smart, political and ambitious Lieutenant Detective Ed Exley and Crowe as the testosterone-fueled, bad-tempered and passionate Officer Bud White. You can see total immersion in their roles, even with regard to the smallest details, such as accent, costume, gun handling, the way policemen really talk and interrogate suspects... In other words, sheer dedication to their craft. They hold nothing back; both are electrifying. Check out the scene in which Crowe threatens to throw the DA from the eighth floor, through the window; or the one that Crowe is beating the hell out of Pearce in the police precinct, only to become BFFs moments later. I sincerely don’t understand why Kevin Spacey and Kim Basinger got more attention from the critics and general public. Spacey just had to summon Dean Martin from the dead, as he himself admitted, and Basinger was excellent at opening and closing doors. She also looked really good in a long dress. 

Sorry, I got carried away with the actors, as I usually do. Let’s go back to the real master here, Mr. Hanson. I was saying that he is an above average director, especially when it comes to digging great work from his actors. However, his talents actually lie in his spectacular writing. Along with Brian Helgeland, another pro, they succeeded in writing perhaps the best crime film in the last 50 years. One could make the case that it must’ve been easy for them to write such a good script, since it is based on one of the best novels by James Ellroy, another master of his craft. But no, let’s not make the mistake of mixing media. My guess is that, even still on paper, before being filmed, the final script must’ve turned into a completely different animal. For them, the toughest struggle must have been keeping the plot from going in too many directions, because it damn well could have.       


Take, for example, the subplot about Leland “Buzz” Meeks and Dick Stensland scoring huge amounts of heroine and getting killed for it. That’s the fact that puts everything in motion and the characters only mention it a couple of times, strictly to keep the plot moving and comprehensible. Like many other essential elements of the story, nothing is shown on screen. It’s safe to say that there is no unnecessary exposure; all the scenes and lines were trimmed so that there would be not one word in excess, not even a gesture out of place. Everything said and done helps the film move towards its ending.  

A friend of mine noticed that L.A. Confidential is one of those movies that are all about characters doing their job. It seems that they do nothing else. The character’s personal lives are not given any particular attention; their pasts can only be imagined. He is right. In a movie like this, any sort of character development must be in some way connected to the story being told; otherwise it’s just fat.

I finish with a plea: Curtis Hanson! Please, we’ve been waiting for the next near-perfect script for too long! Come on, get to work!
        

Grade: F (for Fantastic)

Link at imdb.

P.S.: The beautiful artwork is by a close friend of mine, Felipe Sobreiro.

terça-feira, 13 de março de 2012

BONUS - Woody Allen

Partindo de um post que a Taís compartilhou no Facebook, em ordem descrescente de preferência, segue a minha lista dos filmes dirigidos por Woody Allen, apenas para o cinema: (Exceto "What's up Tiger Lily?" e "Take the Money and Run", os quais eu ainda não vi. Vou adicioná-los eventualmente.) As menções se encontram ao lado de cada título.

1. Annie Hall F
2. Hannah and her Sisters F
3. Manhattan F
4. Match Point F
5. Zelig F
6. Bullets over Broadway F
7. Mighty Aphrodite F
8. Manhattan Murder Mistery F
9. The Purple Rose of Cairo F
10. Midnight in Paris O
11. Crimes and Misdemeanors O
12. Deconstructing Harry O
13. Melinda and Melinda O
14. Everything wou wanted to know about Sex (but were afraid to ask) O
15. Sleeper O
16. Radio Days O
17. Another Woman O
18. Vicky Christina Barcelona O
19. Love and Death O
20. Anything Else O
21. Small Time Crooks A
22. Interiors A
23. Everyone says I Love You A
24. Hollywood Ending A
25. Husbands and Wives A
26. Celebrities A
27. A Midsummer Night's Sex Comedy A
28. Shadows and Fog A
29. Whatever Works A
30. Sweet and Lowdown A
31. Stardust Memories M
32. Alice M
33. Cassandra's Dream M
34. The Curse of the Jade Scorpion M
35. Broadway Danny Rose M
36. You will meet a Tall Dark Stranger FR
37. September FR
38. Bananas FR
39. Scoop H

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

PERFIL - HOLLY HUNTER

10 – E AÍ, MEU IRMÃO, CADÊ VOCÊ (O BROTHER, WHERE ART THOU?, 2000)

Holly Hunter faz uma quase ponta como Penélope (aquela do Ulisses), mas fiz questão de listar essa obra prima maravilhosa dos irmãos Coen. Seu desempenho não tem nada de especial; tenho certeza de que ela somente aceitou papel tão pequeno por conta de sua amizade com os diretores.

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9 – A FIRMA (THE FIRM, 1993)

Mais um papel menor dessa fantástica atriz. No entanto, surpreendentemente, ela recebeu uma indicação ao Oscar de melhor atriz coadjuvante. Ela mesma declarou que esse trabalho foi relativamente fácil. Sotaque sulista carregado, personalidade forte, poucas falas, crise emocional... um prato cheia para Hunter, que em 93, já tinha muita experiência com esse tipo de atuação. Ela seduz, faz rir, sofre a perda do homem que amava, ajuda Tom Cruise a sair de uma enrascada com a Máfia e se apaixona novamente no final. De fato, o filme fica mais vivo e colorido quando ela está presente.

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8 – AOS TREZE (THIRTEEN, 2003)

Hunter retrata a mãe da protagonista: uma menina de treze anos, cujo gigantesco conflito de identidade e péssima influência de uma nova amiga causam a sua completa decadência. Da filha perfeita, bem comportada e boa aluna, a garota se entrega à rebeldia sem causa, regada a drogas, anorexia e shoplifting. Holly parte o coração do espectador como a mãe que se vê impotente diante da tragédia de ver sua filha pré-adolescente cair no submundo.

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7 – ARIZONA NUNCA MAIS (RAISING ARIZONA, 1987)

Seu primeiro papel de sucesso. Aqui, Holly Hunter tem sua veia cômica aproveitada ao máximo. Esposa de um vigarista incorrigível (Nicolas Cage no auge da forma, ainda com cabelo), tudo o que ela deseja é ter um filho. Quando descobre que é estéril, se desespera a ponto de cogitar e, eventualmente, concretizar a insana idéia de abduzir um dos cinco quíntuplos de um ricaço da cidade, dono de uma loja de materiais de construção. É nesse filme que ela mostra as características únicas de seu timing cômico: nunca alguém foi tão engraçado quando chora ou quando fica com raiva. Confesso que sempre caio na gargalhada quando Holly começa o chorar profusamente. Sabe aquele pranto barulhento, que faz todo o corpo tremer em pequenas convulsões? Ela é mestre nisso. Ah, esqueci. Esse é outro filme fantástico dos irmãos Coen.

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6 – COPYCAT – A VIDA IMITA A MORTE (COPYCAT, 1995)

Filme altamente divertido e bem atuado. Holly Hunter divide a tela com a rainha do suspense moderno, Sigourney Weaver. Nem preciso dizer que as duas carregam o filme nas costas. Aliás, se o casting não fosse tão poderoso, “Copycat” teria caído certamente na categoria filme B e estaria empoeirado na prateleira da locadora, totalmente esquecido. O mais importante para nós, no entanto, é que Hunter tem a chance de nos convencer como policial durona e corajosa, capaz de prender um perigoso serial killer, apesar de sua estatura diminuta e corpinho mignon. Obviamente, ela é bem sucedida na tarefa.

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5 – ALÉM DA ETERNIDADE (ALWAYS, 1989)

Holly como par romântico de Richard Dreyfuss, num filme relativamente fracassado de Spielberg. Hunter está no seu território mais confortável como atriz: seu personagem, por falta de palavra melhor, é uma spitfire – super temperamental, porém doce e sensível. Holly Hunter nunca se encaixou em padrões de beleza e, mesmo assim, se destacou em papéis de romantic leading lady, fato raro em Hollywood. Prova de seu grande talento, especialmente quando interpreta mulheres fortes e passionais. Uma cena bonita desse filme acontece quando, ao som de "Smoke Gets in your Eyes", ela dança com Dreyfuss enquanto todos a admiram, pois, pela primeira vez, está vestida de “roupas de menina” - um vestido branco a la anos 80. E ainda tem uma cena com o hilário choro convulsivo.

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4 – CRASH – ESTRANHOS PRAZERES (CRASH, 1996)

Em “Crash”, Holly Hunter mostra sua faceta mais versátil. A atriz interpreta uma mulher viciada em sofrer acidentes de carro para transar. É isso mesmo: sexo pós-acidente automobilístico. Esse é um daqueles filmes que provoca reações extremas da platéia. Muita gente saiu da sala de projeção antes do filme terminar. Baseado no romance homônimo de J.G. Ballard, a película serviu para Hunter quebrar o typecasting que tanto a incomodava – a já mencionada “Southern Spitfire”. No banco de trás do carro, ela manda ver no James Spader com gosto e mostra que seu compromisso com a arte não tem obedece a limites ditados por uma falsa moral. Além do mais, personagens obcecados por aquilo que os excita sexualmente são sempre interessantes de se ver. Dirigido pelo magnífico David Cronenberg.

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3 – VITÓRIA A QUALQUER PREÇO (THE POSITIVELY TRUE ADVENTURES OF THE ALLEGED TEXAS CHEERLEADER-MURDERING MOM, 1993)

Holly interpreta uma mãe psicopata. A maluca fica tão obcecada com o sucesso da filha como cheerleader, que começa a assassinar aqueles que se põem em seu caminho. Baseado numa história real. Preciso dizer mais?

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2 – NOS BASTIDORES DA NOTÍCIA (BROADCAST NEWS, 1987)

Excelente comédia romântica. Hunter faz uma inteligente e hiperativa produtora de telejornais de uma grande rede de televisão. Sua vida amorosa está dividida entre William Hurt, que se define pelos 3 Bs: Burrinho, Bonitão e Bem sucedido, e o FISPPSF Albert Brooks – Feinho, Inteligente e Sempre Preterido Por Ser Feinho. Roteiro ágil e ótimas atuações – Jack Nicholson faz uma ponta fantástica – fazem desse filme um interessante retrato do jornalismo nos anos 80. E mesmo para quem não se interessa muito pela área, a película também satisfaz como sessão da tarde. Como brinde, há várias cenas engraçadíssimas do famoso choro.

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1 – O PIANO (THE PIANO, 1993)

A pianista muda, que vive um caso de amor adúltero com um Harvey Keitel selvagem e cheio de tatuagens Maori, foi o papel que lhe colocou no hall das maiores atrizes de todos os tempos. Filmaço da diretora Jane Campion, pois nos deleita com atuações espetaculares, diálogos curtos e precisos, uma trilha sonora fantástica e imagens belíssimas da Nova Zelândia. Holly Hunter transmite ao espectador uma imensa gama de emoções sem dizer uma só palavra. Ela não precisou de dublê para tocar piano e tampouco se intimidou pelas inesquecíveis cenas de sexo com Keitel. Tais cenas tornaram-se clássicas por conta de sua beleza estética e da perspectiva adulta e provocativa adotada pelo roteiro. A evolução do relacionamento entre ambos é um show a parte. Do ódio ao desejo, ela passa pela paixão incontrolável e chega finalmente ao amor incondicional. E ainda tem o lindíssimo e trágico desfecho. A grande atriz nos marcou para sempre com a sua Ada. Primeiro filme de Anna Paquin, o qual lhe valeu o Oscar de melhor atriz coadjuvante aos onze anos. Hunter logicamente ganhou o seu, assim como a diretora, que ganhou pelo roteiro. O filme ainda foi laureado pela Palma de Ouro em Cannes e mais uma série de prêmios mundo afora. Absolutamente imperdível.

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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

O HOMEM QUE MATOU O FACÍNORA (THE MAN WHO SHOT LIBERTY VALANCE)

Ano de Produção: 1962
Diretor: John Ford
Roteiristas: James Warner Bellah e Willis Goldback

Atores Principais:

James Stewart – Ranson Stoddard
John Wayne – Tom Doniphon
Vera Miles – Hallie Stoddard
Lee Marvin – Liberty Valance
Edmond O’Brien – Dutton Peabody
Andy Devine – Marshal Appleyard
John Carradine – Major Cassius Starbuckle
Lee Van Cleef – Reese
Woody Strode – Pompey

Faroeste conceitual. Um duelo apenas, nas duas horas de sua duração. Em poucas palavras, o filme é sobre o que fazer com um bully. A primeira opção, representada pelo bom moço James Stewart, é utilizar o poder político do Estado. Prendam o bully e julgue-o perante seus pares. A segunda, personificada na figura de John Wayne, um anti-herói cético e amargurado pelas vicissitudes da vida, é o caminho da arma de fogo, o único instrumento de poder que um bully respeita. Matem o bully e ponto final.

James Stewart retrata um personagem que marca o começo do fim do western clássico. Sua grande missão no filme é provar que o progresso e o bem-estar geral advêm do cumprimento estrito da Lei. Uma sociedade torna-se civilizada quando se abstém de fazer justiça com as próprias mãos e delega esse poder ao Estado. John Wayne põe Stewart no seu lugar – naquela cidade, naquele momento, a justiça está impotente. O poder da força bruta não está nas mãos da polícia, mas em posse daqueles que atiram primeiro, ou seja, Liberty Valance e sua gangue. O povo está à mercê dos grandes fazendeiros, donos da maior parte do território – quase como um Coronelismo – e a Lei se materializa na figura caricata do xerife covarde e ineficiente, retratado por Andy Devine.

Refletindo bem a mentalidade americana, o argumento de John Wayne e sua shotgun prevalecem no final, mas não sem crítica. Ransom Stoddard (Stewart) cede à tentação do caminho mais fácil e, aparentemente, mata Valance (Lee Marvin) num clássico duelo de pistolas. Anos após o fim do caos instaurado pelo vilão, o desenvolvimento e a civilização eventualmente chegam à pequena cidade de Shinbone, porém isto só foi possível porque o povo, inspirado pela morte de Liberty Valance, transformou Stoddard em seu novo líder político e o levou ao Capitólio. A revelação no final é fantástica: sabendo que um advogado idealista, cuja única experiência com armas se resumia a alguns treinos com latas de tinta como alvo, não tinha qualquer chance de vencer Valance num duelo, Tom Doniphon (Wayne) intervém secretamente. Oculto pelas sombras de uma rua estreita, é ele quem dá o tiro de misericórdia e acaba salvando a vida de Stoddard. Ninguém percebe e o advogado leva a fama de justiceiro. Torna-se governador do condado, depois Senador e salva a cidade da desordem. Como bem diz a mulher de Stoddard no final: “Hoje Shinbone é um jardim perto do caos que era antes.” Ah, claro. Ele também ganha a garota. Doniphon permite o triunfo a seu colega pelo bem maior e termina o filme sozinho e bêbado. Nem preciso dizer que o seu fim simboliza também o fim do faroeste à moda antiga.

Algumas cenas são sensacionais.
Peabody, a caricatura do bêbado da cidade, recita Henry V antes de ser espancado por Valance; John Wayne chama alguém de pilgrim pela primeira vez;
intimado a pegar o bife do chão por Valance, Stewart, mesmo estando furioso, acata a ordem do bully a fim de evitar que Valance e Doniphon se matem a tiros... todas cenas memoráveis. Alguns quotes também se tornaram clássicos:
“This is the West. When the legend becomes fact, print the legend.”;
“I’m staying and I ain’t buying a gun!”;
“Nothing's too good for the man who shot Liberty Valance.”;
“Liberty Valance... and his myrmidons!”;
“I know those law books mean a lot to you, but not out here. Out here a man settles his own problems.”

Outro ponto excelente do filme é o elenco. John Wayne, James Stewart e Lee Marvin ficaram famosos não só pela competência, mas também por suas vozes fantásticas e ritmos de fala inconfundíveis. Estamos numa época onde o talento do ator residia em grande parte na sua dicção e expressão facial, certamente uma forte influência do teatro. Talvez a partir daí explicam-se as atuações caricatas do elenco secundário. Além disso, especialmente quando se trata de diretores old school, como John Ford, o casting possuía critérios muito diferentes dos de hoje. Por exemplo, a idade do personagem não precisava, nem de longe, corresponder a do ator. Esse filme leva isso ao extremo. James Stewart, 53 anos na época, interpreta um advogado recém saído da faculdade. O personagem de Wayne, 54, deveria ser jovem como o de Stewart, inclusive porque, ainda solteiro e sem filhos, rivaliza Stoddard, pois também tinha a intenção de se casar com a mocinha, Hallie. O mais esquisito é O.Z. Whitehead, 50 anos, com rugas nos olhos perfeitamente visíveis, desempenhando o papel de um adolescente chupando pirulito.

A nota final é um pouco triste. Mesmo dando o necessário desconto por conta do contexto histórico, o filme ainda possui traços racistas. Afinal, “O Homem que matou o Facínora” foi filmado em 1962, época em que o movimento de liberdades civis já fervilhava nos Estados Unidos. Pompey, o único personagem negro da película, é praticamente o escravo de Wayne. Os dois se dão bem, mas Pompey é sempre tratado com superioridade, como se precisasse de um homem branco para lhe dizer o que fazer e como se comportar. Duas falas, uma de Wayne e uma de Stewart, respectivamente, ilustram bem esse fato: “My boy, Pompey; kitchen door! (Valance looks and sees Pompey at the door holding a rifle)”. Doniphon se refere a seu “assistente” como boy, apesar de terem mais ou menos a mesma idade. Hoje em dia, os negros americanos, ou melhor, os African-Americans, se ofendem profundamente se alguém não-negro os chama de boy. Stewart, por sua vez, no final do filme, oferece alguns trocados a Pompey, pois seu “senhor”, John Wayne, tinha morrido, e solta a seguinte pérola: “It’s pork chop money”. Pompey olha para ele, agradecido. Eu teria jogado o dinheiro na cara dele. Uma verdadeira humilhação. Concluindo, certamente não foi coincidência: durante uma aula de História americana, ministrada por Stoddard ao povo sem instrução da cidade, é pedido a Pompey que recite de memória um trecho da Declaração de Independência. Ele esquece a seguinte parte: "All men are created equal." Com um sorriso de orgulho estampado no rosto, Stoddard e a turma professam em voz alta o referido trecho e, num nível subliminar, deixam bem claro a Pompey, "não somos racistas, somos todos iguais, mas você tem que saber o seu lugar, boy."

Mesmo assim, o filme não pode ser considerado ruim sem que se leve o background daqueles que o fizeram em consideração. Embora seja parcialmente datado, por conta dos motivos acima mencionados, “The Man who shot Liberty Valance” se mantém como um clássico cerebral do faroeste, pois discute temas que serão sempre atuais, tais como democracia, justiça, formas de exercício de poder e, claro, como combater facínoras.

Menção: O

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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

INVERNO DE SANGUE EM VENEZA (DON’T LOOK NOW)

Ano de Produção: 1973
Diretor: Nicolas Roeg
Roteiristas: Alan Scott e Chris Bryant

Atores Principais:

Donald Sutherland – John Baxter
Julie Christie – Laura Baxter
Hilary Mason – Heather
Clelia Matania – Wendy
Massimo Serrato – Bishop Barbarrigo
Renato Scarpa – Inspector Longhi
Adelina Poerio – Dwarf

Sinceramente não entendi por que esse filme é considerado um dos maiores clássicos do suspense moderno. Talvez porque estivesse esperando muito dele. Há, de fato, uma atmosfera surrealista, que preenche toda a película, mas não consegui detectar os elementos que geraram as críticas fervorosamente positivas a respeito de “Inverno de Sangue em Veneza”. Não fiquei apreensivo ou com medo. E olha que qualquer filme de terror, com o mínimo de qualidade, me tira o sono. Como eu tinha lido que o seu desfecho ficou famoso por ter deixado as platéias apavoradas, estava só muito curioso para saber a grande revelação final, cujo impacto não fez nem cócegas nas minhas expectativas.

No entanto, dois pontos fortíssimos do filme devem ser salientados. O primeiro é a legendária cena de sexo do casal protagonista. Donald Sutherland e Julie Christie impressionam por terem projetado intimidade e afeto de maneira tão crível, especialmente quando se sabe que Sutherland e Christie tinham acabado de se conhecer no set. Dizem que ela estava apavorada por ter sido literalmente a primeira cena de ambos. Porém, a cena serve para estabelecer credibilidade ao casal como casal. É, na verdade, um mecanismo de desenvolvimento dos personagens. A cena é lindíssima, por sinal. Estamos falando de algo relativamente raro no cinema: uma cena de sexo não gratuita e não vulgar, protagonizada por atores de aparência “normal”. Julie Christie é linda, mas não caberia perfeitamente nos padrões de hoje.

O segundo é a fotografia de Nicolas Roeg. Veneza é um cenário muito utilizado em romances e filmes de época por conta de sua beleza arquitetônica singular e sua luminosidade incrível. A maneira pela qual a luz do sol reflete em suas águas é sensacional. Nesse filme, Veneza não é nada disso. Aqui a cidade é um labirinto sombrio e abandonado, quase um cenário apocalíptico, o que conta consideravelmente para a construção bem sucedida da atmosfera lúgubre e surreal da película. O uso da cor vermelha como contraste aos tons de branco, cinza, bege e marrom dos prédios e figurino dos personagens centrais, já amplamente discutida na literatura de crítica de cinema, também acrescenta ao suspense como um elemento de tragédia iminente. É interessante notar que o vermelho anuncia as duas mortes no filme, como se fosse o causador destas.

Reconhecidos tais pontos, o filme surpreendentemente não me “pegou”. “O Bebê de Rosemary” funciona também muito na base da sutileza psicológica e da sugestão de que algo maligno e inevitável assediará e torturará os personagens até conseguir o que deseja, mas, de alguma forma, o sofrimento pelo qual passa Rosemary me incomodou (no bom sentido) muito mais do que a abstrata ameaça de perigo que ronda o casal Baxter. A sua dor, em razão da perda da filha pequena no início do filme, é mais poética, mais onírica e, por isso, menos angustiante, principalmente porque a filha, através de uma personagem médium, entra em contato com os pais do além para protegê-los. O aspecto sobrenatural do filme é positivo, angelical. Em “O Bebê de Rosemary” esse aspecto é exatamente o contrário: negativo, demoníaco.

É aí que entra a minha decepção. Não há nada de sobrenatural assediando os protagonistas. A revelação final apresenta apenas uma coincidência trágica, causada por algo real e concreto. Para mim, isso foi um anticlímax. Inclusive, quando descobrimos de onde vem o “Mal” no filme, a sensação é de traição, pois a sua materialização se dá numa forma da qual conhecemos muito pouco. O verdadeiro vilão da história não tem desenvolvimento nenhum; nem sequer uma motivação para seus crimes nos é mostrada.

Em conversas com meu grande amigo, Igor, me foi apontada um característica muito interessante a respeito dos filmes de horror, o qual está presente nesse também: o herói sempre morre. Aliás, pode-se dizer que não há heróis no gênero horror, apenas vítimas. E ninguém melhor para desempenhar o papel de vítima da morte mais imprevisível do que o personagem mais forte e, geralmente, mais cético do filme, o qual se encontra impotente, tentando fugir de uma situação inescapável.

Enfim, esse é um daqueles filmes que reconheço a sua alta qualidade técnica e artística, mas que não me agrada num nível puramente subjetivo, tal como a maioria dos filmes de arte. David Lynch, Wim Wenders, Werner Herzog dos anos 70 e 80, Godard, Antonioni são exemplos de diretores de filmes que não podem ser classificados como ruins, mas, com o perdão dos cinéfilos intelectuais, a verdade é que eu não os suporto.

Menção: A

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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

MINIREVIEW - LARRY CROWNE

Year: 2011
Director: Tom Hanks
Screenwriters: Tom Hanks and Nia Vardalos

Main Cast:

Tom Hanks - Larry Crowne
Julia Roberts - Mercedes Tainot
Gugu Mbatha-Raw - Talia
Cedric the Entertainer - Lamar
Taraji P. Henson - B'Ella
Wilmer Valderrama - Dell Gordo
Pam Grier - Frances
Rami Malek - Steve Dibiasi
Maria Canals-Barrera - Lala
George Takei - Dr. Matsutani
Bryan Cranston - Dean Tainot

Ethnically Diverse Cast

Characters so kind and good-spirited that can't possibly exist in real life


Sweet and Light as a Thousand-Leaves


Romantic Comedy without the "Conflict-run to the airpot-make-up-be together forever" formula


Julia Roberts, who is a beautiful intelligent college professor, falls in love with


Tom Hanks, a middle aged man who was fired, goes to college and flips burgers for a living


George Takei has an incredibly deep booming voice. Didn't know that.



Grade: M

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sexta-feira, 23 de setembro de 2011

BONUS – LISTAS DE TOP TEN POR GÊNERO, SUBGÊNERO E GÊNERO INVENTADO

As listas não estão em ordem de preferência. Aviso aos leitores que comentários me lembrando as injustiças são muito bem vindos. As listas serão ajustadas constantemente. Conto com a ajuda de vocês!

Ação
  • A Origem – 2010
  • Aliens, o Resgate – 1986
  • Matrix – 1999
  • Duro de Matar – 1988
  • Ronin – 1998
  • O Exterminador do Futuro 2 – 1991
  • Indiana Jones e a Última Cruzada – 1989
  • Velocidade Máxima – 1994
  • O Ultimato Bourne – 2007
  • Cassino Royale – 2006

Comédia
  • Quanto mais Quente Melhor – 1959
  • Tootsie – 1982
  • O Dorminhoco – 1973
  • A Gaiola das Loucas – 1996
  • Quatro Casamentos e um Funeral – 1994
  • Em Busca do Cálice Sagrado – 1975
  • Feitiço do Tempo – 1993
  • O Grande Lebowski – 1998
  • Um Peixe Chamado Wanda – 1988
  • Dr. Fantástico – 1964

Policial
  • Seven – 1995
  • LA Confidential – 1997
  • O Silêncio dos Inocentes – 1991
  • Zodíaco – 2007
  • Os Infiltrados – 2006
  • Chinatown – 1974
  • Fogo Contra Fogo – 1995
  • Fargo – 1996
  • Tropa de Elite 2 – 2010
  • Dirty Harry – 1971

Drama
  • Um Estranho no Ninho – 1975
  • Taxi Driver – 1976
  • As Horas – 2002
  • Beleza Americana – 1999
  • A Vida dos Outros – 2006
  • Dogville – 2003
  • A Sociedade dos Poetas Mortos – 1989
  • Revolutionary Road – 2008
  • O Pescador de Ilusões – 1991
  • Em Nome do Pai – 1993

Horror
  • O Exorcista – 1973
  • O Bebê de Rosemary – 1968
  • Psicose – 1960
  • A Profecia – 1976
  • Alien, o Oitavo Passageiro – 1979
  • A Mosca – 1986
  • Atividade Paranormal – 2007
  • O Iluminado – 1980
  • Os Outros – 2001
  • Repulsa ao Sexo – 1965

Faroeste
  • Tombstone – 1993
  • Bravura Indômita – 2010
  • Três Homens em Conflito – 1966
  • Os Imperdoáveis – 1992
  • Butch Cassidy – 1969
  • Matar ou Morrer – 1952
  • Meu Ódio será sua Herança – 1969
  • O Homem que matou o Facínora – 1962
  • Os Indomáveis – 2007
  • O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford – 2007

Animação
  • Procurando Nemo – 2003
  • Up – 2009
  • A Viagem de Chihiro – 2001
  • Wall-E – 2008
  • Monstros S.A. – 2001
  • Shrek – 2001
  • Akira – 1988
  • Fantasia – 1940
  • O Mágico – 2010
  • Coraline – 2009

Biografia
  • Amadeus – 1984
  • Gandhi – 1982
  • Touro Indomável – 1980
  • Ali – 2001
  • Ray – 2004
  • O Escafandro e a Borboleta – 2007
  • O Povo contra Larry Flynt – 1996
  • Milk – 2008
  • O Homem Elefante – 1980
  • Meu Pé Esquerdo – 1989

Guerra
  • Além da Linha Vermelha – 1998
  • A Lista de Schindler – 1993
  • Apocalypse Now – 1979
  • O Franco Atirador – 1978
  • Nascido para Matar – 1987
  • O Resgate do Soldado Ryan – 1998
  • Cartas de Iwo Jima – 2006
  • O Sobrevivente – 2006
  • Coração Valente – 1995
  • Macbeth – 1971

Romance
  • Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças – 2004
  • Asas do Amor – 1997
  • O Piano – 1993
  • Manhattan – 1979
  • A Testemunha – 1985
  • Antes do Pôr-do-Sol – 2004
  • As Pontes de Madison – 1995
  • Brokeback Mountain – 2005
  • Fim de Caso – 1999
  • Despedida em Las Vegas – 1995

Suspense
  • Os Suspeitos – 1995
  • Um Corpo que cai – 1958
  • Pacto Sinistro – 1951
  • Tubarão – 1975
  • Coração Satânico – 1987
  • Cabo do Medo – 1991
  • Inverno de Sangue em Veneza – 1973
  • O Salário do Medo – 1953
  • Festim Diabólico – 1948
  • O Sexto Sentido – 1999

Esporte
  • Rocky, O Lutador – 1976
  • Um Domingo Qualquer – 1999
  • Homens Brancos não sabem enterrar – 1992
  • Um Homem Fora de Série – 1984
  • Campo dos Sonhos – 1989
  • Menina de Ouro – 2004
  • Rudy – 1993
  • O Lutador – 2008
  • Pumping Iron – 1977
  • O Vencedor – 2010

Fantasia
  • Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei – 2003
  • O Mágico de Oz – 1939
  • Conan, o Bárbaro – 1982
  • Meia-Noite em Paris – 2011
  • King Kong – 2005
  • Harry Potter e a Ordem da Fênix – 2007
  • A História sem Fim – 1984
  • As Aventuras do Barão de Munchauser – 1988
  • Highlander – 1986
  • Labirinto – 1986

Documentário

  • Quando éramos Reis – 1996
  • A Corporação – 2003
  • Tiros em Columbine – 2002
  • Anvil! The Story of Anvil – 2008
  • Gimme Shelter – 1970
  • Lixo Extraordinário – 2010
  • Edifício Master – 2002
  • Super Size Me - A Dieta do Palhaço – 2004
  • Inside Job – 2010
  • Janela da Alma – 2001

Filmes de High School
  • Curtindo a Vida Adoidado – 1986
  • Mulher Nota Mil – 1985
  • The Breakfast Club – 1985
  • Namorada de Aluguel – 1987
  • Say Anything – 1989
  • Te pego lá fora – 1987
  • Teen Wolf – 1985
  • Rushmore – 1998
  • 10 coisas que eu odeio em você – 1999
  • Elefante – 2003

Filmes de Viagem no Tempo
  • Trilogia De Volta para o Futuro – 1985, 1989 e 1990
  • A Máquina do Tempo – 2002
  • Te amarei para sempre – 2009
  • O Som do Trovão – 2005
  • Tetralogia O Exterminador do Futuro – 1984, 1991, 2003 e 2009
  • Os Doze Macacos – 1995
  • Planeta dos Macacos – 1968
  • Os Visitantes – 1993
  • A Ressaca – 2010
  • Kate e Leopold – 2001

Filmes de Reviravolta
  • As Duas Faces de um Crime – 1996
  • Shutter Island – 2010
  • Clube da Luta – 1999
  • O Sexto Sentido – 1999
  • Planeta dos Macacos – 1968
  • Cubo – 1997
  • Os Outros – 2001
  • Os Suspeitos – 1995
  • Identidade – 2003
  • Traídos pelo Desejo – 1992

Filmes de Máfia
  • Os Bons Companheiros – 1990
  • Trilogia Poderoso Chefão – 1972, 1974, 1990
  • Sexy Beast – 2000
  • O Pagamento Final – 1993
  • Scarface – 1983
  • Os Intocáveis – 1987
  • Os Infiltrados – 2006
  • Cassino – 1995
  • Cidade de Deus – 2002
  • Gangster n°1 – 2000

Filmes onde o palhaço faz papel sério
  • Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças – 2004 (Jim Carrey)
  • JFK – 1991 (John Candy)
  • Little Miss Sunshine – 2006 (Steve Carell)
  • One Hour Photo – 2002 (Robin Williams)
  • Mais Estranho que a Ficção – 2006 (Will Ferrell)
  • Embriagado de Amor – 2002 (Adam Sandler)
  • Encontros e Desencontros – 2003 (Bill Murray)
  • Shopgirl – 2005 (Steve Martin)
  • Dreamgirls – 2006 (Eddie Murphy)
  • O Rei da Comédia – 1983 (Jerry Lewis)

Filmes com Boas Cenas de Sexo
  • Pecado Original – 2001
  • Conquista Sangrenta – 1985
  • O Leitor – 2008
  • A Última Ceia – 2001
  • Don't look now - 1973
  • Crash – Estranhos Prazeres – 1996
  • Ken Park – 2002
  • Ata-me - 1990
  • Os Sonhadores – 2003
  • Swimming Pool – 2003

Road Movies
  • Thelma e Louise – 1991
  • Transamerica – 2005
  • Little Miss Sunshine – 2006
  • Easy Rider – 1969
  • Na Natureza Selvagem – 2007
  • Diários de Motocicleta – 2004
  • O, Brother, Where Art Thou? – 2000
  • Antes Só do que Mal Acompanhado – 1987
  • Sideways – 2004
  • Debi e Lóide – 1994

Remakes bons (ou até melhores que os originais) by Felipe Sobreiro
  • The Crazies (remake to filme homônimo de 1973) – 2010
  • 3:10 to Yuma (remake do filme homônimo de 1957) – 2007
  • Invasion of the Body Snatchers (remake do filme homônimo de 1956) – 1978
  • The Departed (remake de Infernal Affairs – 2002) – 2006
  • Cape Fear (remake do filme homônimo de 1962) – 1991
  • Scarface (remake do filme homônimo de 1932) – 1983
  • For a Fistful of Dollars (remake de Yojimbo – 1961) – 1964
  • The Fly (remake do filme homônimo de 1958) – 1986
  • The Thing (remake de The Thing from another world – 1951) – 1982
  • Dawn of the Dead (remake do filme homônimo de 1978) – 2004

Adaptações literárias by Felipe Sobreiro
  • There will be blood (baseado em "Oil!" de Upton Sinclair) – 2007
  • LA Confidential (baseado no livro homônimo de James Ellroy) – 1997
  • Apocalypse Now (baseado em "Heart of Darkness" de Joseph Conrad) –1979
  • To Kill a Mockingbird (baseado no livro homônimo de Harper Lee) – 1962
  • American Psycho (baseado no livro homônimo de Bret Easton Ellis) – 2000
  • Cidade de Deus (baseado no livro homônimo de Paulo Lins) – 2002
  • The Road (baseado no livro homônimo de Cormac McCarthy) – 2009
  • Blade Runner (baseado em "Do Androids Dream of Electric Sheep?" de Philip K. Dick) – 1982
  • A Clockwork Orange (baseado no livro homônimo de Anthony Burgess) – 1971
  • The Godfather (baseado no livro homônimo de Mario Puzo) – 1972

Filmes sobre vigilantes by Felipe Sobreiro
  • Taken – 2008
  • The Dark Knight – 2008
  • Death Wish – 1974
  • Man on Fire – 2004
  • Harry Brown – 2009
  • V for Vendetta – 2006
  • Get Carter – 1971
  • Falling Down – 1993
  • Dirty Harry – 1971
  • Taxi Driver – 1976

Filmes imperdivelmente ruins by Felipe Sobreiro
  • Deadfall – 1993
  • Hobo with a Shotgun – 2011
  • Friday the 13th Part VI: Jason Lives – 1986
  • Battlefield Earth – 2000
  • The Happening – 2008
  • Shark Attack 3: Megalodon – 2002
  • Plan 9 from Outer Space – 1959
  • The Wicker Man – 2006
  • Troll 2 – 1990
  • Glen or Glenda – 1953

BONUS - Os 25 Filmes mais Horrorosos dos Últimos 20 Anos
  1. Rocky V – 1990
  2. Highlander II – 1991
  3. North – 1994
  4. Waterworld – 1995
  5. Showgirls – 1995
  6. Striptease – 1996
  7. Velocidade Máxima 2 – 1997
  8. Titanic – 1997
  9. Batman e Robin – 1997
  10. The Avengers – 1998
  11. Wild Wild Wild West – 1999
  12. Star Wars Episode I: The Phantom Menace – 1999
  13. Pearl Harbour – 2001
  14. Freddy Got Fingered – 2001
  15. Destino Insólito – 2002
  16. As Aventuras de Pluto Nash – 2002
  17. As Panteras 2 – 2003
  18. Gigli – 2003
  19. Mulher-Gato – 2004
  20. A Dama na Água – 2006
  21. Norbit – 2007
  22. Fim dos Tempos – 2008
  23. Zohan – 2008
  24. Transformers 2 – 2009
  25. O Caçador de Recompensas – 2010
Obs: Não quis incluir os filmes abaixo para dar espaço a outros. Eles são tão horríveis que não merecem nem estar numa lista de piores filmes.
  • Date Movie – 2006
  • Deu a louca em Hollywood – 2007
  • Os Espartalhões – 2008
  • Super-Heróis - A Liga da Injustiça – 2008
  • Vampiros que se Mordam – 2010